Tendo os fiéis se despedido da carne, no carnaval, começa a quaresma. Quaresma vem de quadragésima , palavra latina usada para designar os quarenta dias que antecedem a Páscoa. A quaresma tem início na quarta-feira de cinzas e termina na quinta- feira da Semana Santa (Ceia do Senhor). A quaresma é um tempo penitencial, por isso a cor litúrgica é o roxo. Na Liturgia, omitimos o Glória a Deus nas Alturas e o Aleluia da aclamação ao Evangelho. Os guardamos para cantar na Vigília da Páscoa.
O período é reservado para a reflexão, o recolhimento, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Para tanto, a Igreja nos convida a nos retirar das agitações, a ter a mesma atitude de Jesus nas tentações do deserto: o jejum para a gula, a esmola para a avareza e a oração para a glória vã (Cf. Lc 4, 1-13). O jejum é obrigatório para o fiel católico na quarta- feira de Cinzas e na sexta-feira Santa, nas demais sextas-feiras do ano, que também são penitenciais, recomenda-se a abstinência da carne ou pode ser substituída por alguma obra de piedade, entretanto, pode-se fazer jejum em qualquer dia da semana, desde que não seja domingo, nem solenidade. Pode-se abdicar de algum apego como forma de penitência, pode ser doce, refrigerante, algum condimento ou “capricho” na comida, algumas horas de TV, de internet, de sono... Enfim, pode-se abrir mão de algo em vista da sua união com Deus.
Segundo o CCE (Catechismus Catholicae Ecclesiae), no número §2462, a esmola dada aos pobres é um testemunho de caridade fraterna; é também uma prática de justiça que agrada a Deus. A esmola entendida pela Igreja é Obra de Misericórdia compreendida em obras corporais e espirituais; as corporais são: dar de comer a quem tem fome; dar de beber a quem tem sede; vestir os nus; dar pousada aos peregrinos; visitar os presos; enterrar os mortos. As obras espirituais são: instruir (ensinar os que não sabem); aconselhar (dar bons conselhos aos que necessitam); consolar (aliviar o sofrimento dos aflitos); confortar (fortalecer os angustiados e abatidos); perdoar (as injustiças de boa vontade); suportar com paciência (as adversidades e fraquezas do próximo).
Lembremos que a oração é o nosso diálogo com Deus, é nossa comunhão com Ele; sem a oração nossa vida espiritual morre e não damos a Deus aquilo que lhe é devido, ou seja, não honramos o mandamento de amar a Deus sobre todas as coisas. Tudo isso é uma purificação, uma preparação para a vinda de Cristo Ressuscitado! Nas palavras do próprio Cristo, (...) ninguém põe vinho novo em odres velhos. (Mc 2, 22), é preciso nos preparar pra esse grande acontecimento! Toda a penitência católica é baseada na nossa relação com o Esposo. Enquanto somos odres velhos, não somos capazes de conter o Vinho Novo. Enquanto não houver uma conversão, uma mudança de vida, não estaremos preparados para estar com o Esposo. Ora, neste momento estamos nos preparando para celebrar a Páscoa do Senhor. Por um acaso podemos fazê-lo se ainda somos odres velhos?
Que esta indagação nos faça refletir sobre a nossa preparação para a vinda de Cristo. Salve Maria!
Por Joyce (JAM 218)
Coordenadora da Equipe de Formação do Departamento de Juventude
Coordenadora da Equipe de Formação do Departamento de Juventude
Aí, só agora eu tô vendo isso aqui postado...que relapsa! Enfim, fiz o encontro 203, rs
ResponderExcluir